Autoridades de saúde em Sofala reconheceram, na Beira, limitações no controlo dos armazéns de medicamentos, uma semana após a detenção de seis pessoas, incluindo funcionários da saúde, por contrabando de medicamentos.
"Embora haja um sistema de controlo, não conseguimos ter vídeo vigilância nos locais, talvez isso possa ajudar a melhorar a segurança nos locais de depósitos", declarou hoje à Lusa Neusa Joel, diretora provincial de Saúde em Sofala, centro de Moçambique.
Em 27 de março, seis pessoas, quatro das quais funcionários de centros de saúde, foram detidas na cidade da Beira, capital provincial, por alegada tentativa de contrabando de medicamentos para a vizinha República do Zimbabué.
"Os medicamentos foram retirados gradualmente, pelo que percebemos", declarou Neusa Joel, admitindo a existência de mais profissionais de saúde envolvidos no esquema.
"Neste momento está em curso um inventário e, após os resultados, tomaremos medidas, quer sejam disciplinares ou de reestruturação das próprias equipas das farmácias ao nível das unidades sanitárias e armazéns de medicamento", acrescentou.
Os seis suspeitos foram detidos em finais de março, em resultado de uma investigação do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), entidade da qual agora as autoridades de saúde esperam um relatório.
As investigações das autoridades conseguiram localizar o fornecedor, que foi detido num armazém que continha fármacos e bebidas alcoólicas contrabandeadas do vizinho Maláui, segundo as autoridades.
O SERNIC acredita que os detidos fazem parte de uma rede que se dedica ao roubo de materiais e medicamentos do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Sofala, numa altura em que se multiplicam queixas sobre a falta de material médico nas unidades de saúde públicas de todo o país.
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